"Sair de um blog sem comentar é como visitar alguém e ir embora sem se despedir..."
Segunda-feira, 16 de Junho de 2008
De IsaLenca a 18 de Junho de 2008 às 13:38
Olá Isa, lá continuo eu a fazer chegar informação que sei que tem interesse. Esta saiu hoje no Diário de Notícias:
Nova técnica recorre a células estaminais para regenerar mama
PATRÍCIA JESUS
Saúde. Regenerar em vez de reconstruir é a proposta de um hospital espanhol
Técnica usa gordura e células estaminais para regenerar sem cicatrizes
Usar gordura e células estaminais para reconstruir e, sobretudo, regenerar a mama das doentes que foram operadas a um cancro - está é base da técnica inovadora que está a ser testada no Hospital Clínic de Barcelona. O chefe de serviço de cirurgia plástica do hospital, Joan Fontdevila, assegurou ao jornal El Mundo que o "procedimento é seguro e efectivo", mas pediu cautela, porque só se realizaram ainda 20 intervenções com esta técnica.
Para a investigadora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Maria João Cardoso, especialista em cirurgia mamária, "não há evidências científicas que esta técnica, que já é utilizada noutros países, seja mais eficaz", ou seja, que a adição de células estaminais, resulte efectivamente na regeneração dos tecidos.
Células estaminais e gordura
Todos os anos são diagnosticados mais de quatro mil casos de cancro da mama em Portugal. A taxa de sobrevivência é de cerca de 80%, mas é uma das doenças com mais impacto na vida da mulher: a mutilação tem consequências na vida afectiva e sexual. A reconstrução da mama é cada vez mais utilizada para superar o trauma e permitir à mulher sentir-se bem como o seu corpo.
A lipoescultura consiste em retirar gordura de uma área do corpo através de um método similar à lipoaspiração e injectá-la no peito para reconstruir a forma natural da mama. A grande vantagem é que não deixa cicatrizes, ou seja, permite construir sem destruir. Além disso, é mais simples e menos invasiva que outros métodos.
A gordura é retirada fazendo uma incisão com dois ou três milímetros, através de uma seringa, tal como nas lipoaspirações. Depois, o tecido gordo tem de ser purificado para retirar as células de sangue.
A grande inovação da técnica é que a gordura é submetida a uma centrifugação para separar os adipócitos (células gordas) e as células estaminais, do resto das células sanguíneas. A fusão da gordura com as células estaminais é injectada na mama em pequenas gotas.
De acordo com o médico catalão Joan Fontdevila, ao fim de uns dias o corpo incorpora o novo tecido e estimula o aparecimento de novos vasos sanguíneos na área. A presença de células estaminais - o tecido gordo é muito rico nestas células - ajuda a activar os mecanismos de regeneração dos tecidos e tem um efeito anti-inflamatório.
Maria João Cardoso explica que o efeito que se pretende com as células estaminais é exactamente permitir a regeneração dos tecidos, o que em teoria seria possível, mas que ainda não existem evidências científicas de que isso aconteça. "Sabemos que é mais cara, mais sofisticada, mas o efeito é muito parecido como o que obtemos com outras técnicas, segundo os dados que temos até agora", reforça.
Um dia no hospital
De acordo com o hospital de Barcelona, a técnica pode ser utilizada em 80% das doentes que fizeram uma cirurgia conservadora, isto é, que retiraram apenas o tumor ou parte da mama. Em mulheres que fizeram uma mastectomia radical nem sempre é indicado. Além disso, esta técnica não pode ser aplicada no momento da operação - é preciso esperar entre três a nove meses. A intervenção dura cerca de duas horas e a paciente só precisa de ficar uma dia no hospital.
Para o médico catalão Joan Fontdevila, este método pode contribuir para reduzir as listas de espera para reconstrução da mama.
Comentar: