"Sair de um blog sem comentar é como visitar alguém e ir embora sem se despedir..."
Quarta-feira, 30 de Novembro de 2011
Miguel, meu filho... hoje é o teu primeiro aniversário e não sei se vou conseguir expressar a emoção que toma conta do meu coração.
Já sofri muito nesta vida, e quando digo sofri, não foi só com os meus momentos menos bons,mas também dos que me rodeiam, já tive momentos bons, e até muito bons, mas sem dúvida o meu ultimo ano, foi o melhor da minha vida.
No meu ultimo ano foi uma alegria constante.
Na hora do veredicto do cancro, foi por um filho que chorei, por um filho que ainda não tinha tido.
Na verdade soube esperar, sem ansiedade, mesmo sabendo que podia não acontecer, a esperança estava lá, mas continuava serena.
Dizem que Deus não nos tira uma coisa boa, sem dar uma melhor...acho que foi isso que me aconteceu...
E estou muito agradecida...
Olhar para ti Miguel, há um ano atrás foi o melhor momento da minha vida...e muitos virão ao acompanhar o teu crescimento...
És uma benção na minha vida...
Meu filho, desejo-te tudo de bom, amo-te muito...muito...muito...muito...
Muitos parabéns...um dia muito feliz...
Quinta-feira, 24 de Novembro de 2011
Ontem foi dia de oncologista, os nervos já se vão controlando melhor e até sei porquê, só me faltava saber o resultado das análises. Os exames já eu sabia que estava tudo bem, mas mesmo assim, no caminho para o Hospital, começo a ficar com um nervosinho miudinho. Mas pronto já não é de véspera...o que não é mau...
Houve uma altura que gostava das consultas no início do mês para só pensar no assunto quando começasse o mês...truques de consciência...
Mas o que interessa mesmo é que estava tudo bem.
Mais um prazo de validade...
Quarta-feira, 16 de Novembro de 2011
Psicóloga explica o efeito do espaçoHá quase 40 anos que um grupo de voluntárias da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC) mantêm a funcionar um pequeno cabeleireiro, onde as mulheres choram mais do que antes de serem operadas.
"O cabeleireiro começou a funcionar em 1972 porque considerávamos que era importantíssimo ter este espaço uma vez que durante a quimioterapia a perda de cabelo é muito traumatizante, contou à Lusa a presidente da LPCC do Sul, Manuela Rilvas.
Todas as terças e quintas-feiras, uma pequena equipa de voluntárias ajuda a criar uma nova imagem às doentes. Oitenta por cento das mulheres vêm cá para rapar o cabelo e pôr peruca, estimou Dinas Dias, coordenadora do espaço que funciona num dos pré-fabricados da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.
Mas este é um espaço onde se tenta aperfeiçoar a imagem exterior mas, acima de tudo, melhorar o estado de espírito. Estas mulheres sentem necessidade de desabafar e não há melhor sítio para o fazer do que num cabeleireiro, acrescentou Dina Dias. A teoria é corroborada pela psicóloga clínica da liga, Albina Dias, que salienta a influência positiva a nível psicológico daquele espaço onde as pessoas sentem que estão a ser ouvidas por quem percebe bem o que estão a dizer.
Teresa Pereira é cabeleireira voluntária há três décadas e está habituada ao ambiente, onde "as clientes desabafam" e as profissionais "puxam para cima". Os médicos dizem que elas choram mais connosco do que quando estão com os médicos e vão ser operadas, revelou Teresa Pereira, contando que há dias em que tem dificuldades em abandonar o IPO: Muitas vezes não conseguimos sair porque nos agarram a mão. As voluntárias tentam sempre recordar as histórias felizes, como a da paciente que apareceu com o marido para rapar o cabelo e, no final, ele também pediu para ficar careca ou das mulheres que fizeram tratamento quando tinham filhos pequenos e mais tarde aparecem com fotos dos netos.
Mas quando saem do cabeleireiro para fazer serviço nas enfermarias as histórias são sempre mais duras. Todas apontam a pediatria como o sítio mais difícil. Teresa Pereira salienta a força das mães que choram sem lágrimas". No final do dia, sinto que dei qualquer coisa de mim mas que recebi muito mais em troca, diz Teresa, que na sexta-feira comemora 31 anos de voluntariado no cabeleireiro da Liga.
Fonte: Lusa
Terça-feira, 15 de Novembro de 2011
Há 6 anos atrás, fazia neste dia a minha primeira eco mamaria, neste dia fiquei contente, a eco não revelou nada, mês e meio depois tinha um tumor com 3 cm...o que para mim, foi mal feita, ate podia ainda não ter os 3 cm, e ter sido de crescimento rápido, mas ninguém me convence que tinha que já revelar pelo menos o empastamento que sentia. Podia ter reflectido um destino diferente para mim, se não tivesse reparado na altura do natal, que os meus soutiens tinha uma pintinha de sangue mesmo na direcção do mamilo...já passou é verdade...mas esquecer não se esquece....
E agora descrevendo esta situação lembrei-me do nome do médico que me fez a dita Eco... Miguel...Coincidências da vida...
Quarta-feira, 9 de Novembro de 2011
Uma radioterapia que pode eliminar o cancro numa única sessão, mesmo com a doença já espalhada, estará em breve disponível em Portugal, através de uma máquina quase única no mundo que ficará instalada na Fundação Champalimaud.
O equipamento, que a Fundação receberá ainda este ano, permitirá fazer radioterapia de dose única, tratamento que requer um elevado nível de precisão e que poderá ser feito em poucos minutos e sem qualquer toxicidade para o doente, segundo explicou em entrevista à agência Lusa o oncologista Carlo Greco.
"É o mais avançado equipamento no mundo. Será absolutamente único em Portugal e, na Europa, há muito poucos. Mas a máquina que chegará em dezembro vai ser equipada com ferramentas especiais que a tornam única no mundo", afirma o diretor da área do cancro da Fundação Champalimaud.
Carlo Greco, que considera o cancro como um dos piores problemas sociais da atualidade, lembra que este ano os tumores serão já a primeira causa de morte no mundo. Mas frisa que a taxa de sucesso nos tratamentos tem melhorado de ano para ano.
As metástases significam 90 por cento das causas de morte por cancro e o oncologista lamenta que, hoje em dia, a resposta da comunidade médica nestes casos passe muito pelos cuidados paliativos.
Esta técnica de radioterapia de dose única, disponível para tratamento no final do primeiro trimestre de 2012, vem permitir tratar muitos dos casos de cancro com metástases, sobretudo os menos disseminados.
Trata-se de uma radioterapia por imagem guiada, em que se faz uma TAC e o tratamento em simultâneo, que exige um elevado nível de precisão para que a dose única seja aplicada no local adequado e se torne suficiente.
"Já testámos este equipamento e esta técnica na Universidade de Pisa, em Itália, e os resultados foram surpreendentes. Tem é de ser administrada uma dose suficientemente forte para erradicar o tumor. E já provámos que funciona em qualquer tipo de cancro, mesmo num dos mais resistentes à quimio ou radioterapia, como o do rim", explicou Carlo Greco.
O responsável da Fundação Champalimaud vinca mesmo que um estudo demonstrou uma taxa de sucesso de 80 por cento deste tipo de tratamento nos casos de cancro dos rins.
"É uma revolução", resume, assegurando que é indolor, se elimina a toxicidade e se consegue fazer o tratamento "de olhos fechados" demorando menos de um quarto do tempo do que as sessões convencionais de radioterapia.
Ou seja, em 10 minutos consegue-se o mesmo do que com a cirurgia, mas permitindo ao doente ir para casa de seguida e sem risco de morte.
A vantagem, segundo o especialista, é que este método permite tratar várias lesões numa mesma e única sessão: "Podemos finalmente oferecer aos doentes metastáticos, mais do que uma esperança, uma realidade - sem dor e sem invasão".
Contudo, a radioterapia de dose simples requer uma equipa estruturada e investigação em patologia molecular, para que se estude cada caso e a dose certa a dar em cada tipo de cancro.
"Isto significa uma medicina personalizada. Selecionamos a dose conforme a histologia e a genética de cada pessoa. Só pode ser executado por uma equipa multidisciplinar", comenta.
Carlo Greco espera vir a receber doentes de hospitais portugueses e também de qualquer país da Europa ou do mundo: "Queremos abrir as portas a todos".
O diretor da Fundação lembra que a administração tem estado a trabalhar com o Governo português e que as negociações futuras serão feitas com cada um dos hospitais que manifestem interesse.
Por agora, a Fundação só recebe doentes particulares, tendo já acordos com oito instituições com seguros de saúde.
Apesar de nunca revelar o custo do equipamento para a radioterapia de dose única, Greco garante que o tratamento sai menos caro do que a radioterapia convencional.
"O custo para o sistema de saúde é muito mais baixo. A máquina vive por 10 anos e trata quatro vezes mais doentes", sublinha.
Fonte: Lusa
Terça-feira, 8 de Novembro de 2011
Em Dezembro de 2008, Susana Neves estava grávida de 19 semanas. Foi nessa altura que reparou que tinha uma espécie de cravo, um pouco abaixo da mama direita. De tanto mexer, acabou por tirar a crosta e ficou com uma ferida.
Numa ida ao dermatologista, descobriu que tinha um furúnculo, mas pouco tempo depois, disseram-lhe que tinha de fazer uma biopsia. Susana tinha afinal um linfoma. (nesta altura ainda não sabiam de que tipo) Grávida e com cancro, Susana nem queria acreditar no que lhe estava a acontecer!
O IPO do Porto decidiu remover a lesão com anestesia local e acompanhá-la até final da gravidez, com análises mensais. A filha, Leonor, acabou por nascer saudável e num dia simbólico, a 13 de Maio de 2009. A alegria foi enorme, mas dois meses depois do nascimento, os médicos informam Susana que ela tinha de fazer quimioterapia. Susana tinha o linfoma de Hodgkin. Durante seis meses, de 15 em 15 dias, teve de se deslocar ao IPO. O tratamento acabou a 22 de Dezembro de 2009 e seis meses depois
Susana engravidou novamente! A Benedita nasceu a 18 de Março de 2011 e foi mais uma vitória para Susana. A palavra CURA só poderá ser usada em 2014. Por enquanto, Susana vive um dia de cada vez, aproveitando todos os momentos de felicidade junto da família.
http://sic.sapo.pt/proj_queridajulia/Scripts/videoPlayer.aspx?videoId=%7BA9F66D21-938F-4C68-8A31-7D89BCC8D17A%7D