Metade dos actuais serviços de oncologia não cumprem os requisitos definidos pela Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas para prestação de cuidados: identificar 500 novos casos e tratar 250 doentes por ano. Se o plano for aprovado, podem fechar.
Sabe-se que 55 hospitais tratam doentes com cancro. Este foi, pelo menos, o número avançado pelo coordenador para as Doenças Oncológicas Pedro Pimentel, ontem, na Comissão Parlamentar de Saúde. O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia calculava, há uns tempos, que dos 63 hospitais do SNS, 60 fazem cirurgia oncológica. E que, destes, 14 reúnem 65% das cirurgias. Ou seja, várias dezenas deles acabam por ter relativamente poucos doentes em mãos.
Para somar à complicação, a Administração Central do Sistema de Saúde dá conta de 31 unidades ou centros hospitalares com oncologistas, havendo doentes tratados noutros estabelecimentos sem serviço de oncologia.
O certo é que, segundo especialistas ouvidos pelo JN, metade desse número incerto não cumprem os requisitos definidos pela Coordenação para a prestação de cuidados em oncologia. São claros, mas, avisou Pedro Pimentel, não definitivos: um mínimo de 500 novos casos diagnosticados e 250 doentes tratados por ano para um hospital poder ter uma unidade de oncologia. Para ascender a serviço, o limiar mínimo é de mil novos casos e, para ser centro, terão que ser mais de dois mil.
Pedro Pimentel não adiantou quantos dos 55 hospitais identificados estão abaixo destes limites. Entrega o levantamento às administrações regionais de saúde que, com os hospitais e o Ministério da Saúde, terão de definir a nova rede de referenciação hospitalar, idealmente até ao fim do ano.
O responsável adianta apenas que os limites são números "equilibrados e razoáveis", tendo em conta "a escassez de recursos humanos, técnicos e financeiros". A sua aplicação, acredita não terá "impacto significativo nos doentes". Abaixo desses limites, "poderá haver uma dispersão excessiva dos recursos técnicos", hipotecando "a qualidade dos cuidados".
Vítor Veloso, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, alinha no argumento. "Temos que escolher: ou tratamos com cuidados dignos ou fazemos como até agora, em que qualquer hospital acha que pode tratar doentes oncológicos e não é verdade". Porque uma equipa envolve "uma estrutura multidisciplinar, que a maior das unidade não tem". E fazer duas ou três cirurgias por ano "não cabe na cabeça de ninguém".
Os limites, diz o médico, apesar de "consagrados internacionalmente", não podem ser rígidos: haverá excepções, no interior e nas periferias. Uma ideia avançada por Pedro Pimentel: não se trata só de fechar unidades sem condições, mas também de melhorar as existentes para os serviços cumprirem requisitos. E, até, prever extensões em zonas isoladas.
Já Jorge Espírito Santo, do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos (OM), insiste que não há regras internacionais. A própria OM fixou um limite mais razoável de 150 novos doentes por ano. Que nem todos os hospitais cumprem. O limite da Coordenação, garante, não engloba metade das unidades. Ressalva que o documento está em aberto e acredita que, mais do que fechar, a ideia é investir em hospitais mal apetrechados. Mesmo que, por razões geográficas, por exemplo, não atinjam os limites mínimos.
Fonte: Jornal de Noticias
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"impacto significativo nos doentes" -
Como é obvio muitos serão afectados, nunca percebi estas politicas, do agora - vamos equipar tantos hospitais com meios de diagnósticos e meios humanos e agora vamos acabar com essas unidades...
Entendam-se, cada vez há mais casos de cancro, não me parece que seja boa ideia para o doente, ser tratado longe de casa.
Ser tratado longe de casa, nunca será igual a ser tratado perto, em oncologia, o apoio conta muito, e as pessoas que nos rodeiam, não nos podem acompanhar para longe.
Em tempos já se falou em acabar com a unidade em Beja, espero que agora depois de se ter feito melhorias, não acabem com ela.
E não venham comparar a situação com o caso das maternidades e as salas de parto, que não tem nada a ver, o parto é só uma situação, enquanto que um problema oncológico passa-se por várias situações, e o estado de espírito não é o de ir ter um filho, é bem, mas bem diferente.
Como é obvio estou a colocar-me do lado do doente, é esse o lado que tenho que defender, e obviamente a continuidade da unidade oncológica em Beja.
Não tem que haver uma unidade em cada hospital, nem em cada unidade, mas pelo menos que haja em cada distrito.
Dia 14 de Janeiro, o tema na AR será precisamente a situação oncológica no país, onde será ouvida a ministra da Saúde.
A Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas recomenda que devem ser identificados 500 novos casos e tratar 250 doentes por ano, para um hospital ter uma Unidade de Oncologia. “Na Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo (ULSBA) surgem 500 novos casos de cancro por ano” e “a possibilidade do serviço de oncologia vir a desaparecer não se coloca”.
O novo mapa nacional para o tratamento do cancro, que está a ser discutido até ao final deste mês, recomenda um mínimo de 500 novos casos diagnosticados e 250 doentes tratados por ano, para um hospital poder ter uma Unidade de Oncologia. Para ascender a serviço, o limiar mínimo é de mil novos casos e, para ser centro, terão que ser mais de dois mil. O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia calcula que dos 63 hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 60 fazem cirurgia oncológica e que, destes, 14 reúnem 65 por cento das cirurgias. De acordo com o mapa divulgado na edição de ontem, do “Público, na ULSBA realizaram-se, em 2008, mais de 100 cirurgias oncológicas. “Nesta Unidade surgem, anualmente, 500 novos casos de cancro e cerca de 200 a 250 são digestivos”, as declarações foram dadas, em entrevista, à Voz da Planície, a 30 de Setembro de 2009, pelo médico Sérgio Barroso, responsável pela Unidade de Oncologia da ULSBA.
Rui Sousa Santos, presidente do Conselho de Administração da ULSBA, considera que “o novo mapa nacional para o tratamento do cancro está a ser bem discutido” e que “não existem motivos para preocupações”. Rui Sousa Santos garantiu, que “a área da oncologia no Hospital de Beja é um dos seus principais motores” e que “a possibilidade do serviço vir a desaparecer é uma hipótese que nem sequer se coloca”. Frisou ainda, que “é cada vez mais complexo tratar o cancro e que deve haver racionalização de recursos”. Na sua opinião, “devem ser tomadas diferentes decisões, para realidades distintas, na medida em que a realidade em termos de resposta não é equitativa na faixa Litoral e no interior do País”. Disse, igualmente, que “a discussão está a ser efectuada nesse sentido” e que “estratégias regionais para este efeito são necessárias, desde que estejam todas debaixo da mesma orientação técnica, por ser fundamental também dar, cada vez mais, uma resposta adequada”.
Tal como aconteceu no fecho das maternidades, dos serviços de urgência e de atendimento permanente, os objectivos são concentrar serviços e rentabilizar recursos, critérios que poderão vir a conduzir, no caso de não virem a ser alterados, ao encerramento de unidades de oncologia, no País. A rede de referenciação oncológica, que se pretende colocar agora no terreno, está prevista desde 2002, sabe-se que 55 hospitais tratam doentes com cancro, de acordo com o número avançado pelo coordenador para as Doenças Oncológicas Pedro Pimentel, no passado dia 5, na Comissão Parlamentar de Saúde, e que as decisões de encerramento vão caber às administrações regionais de saúde e em última análise à ministra.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) as maiores percentagens de cancro na população portuguesa verificam-se nos distritos de Beja, Setúbal, Lisboa, Porto e Viana do Castelo. Para além disso, as estatísticas revelam ainda, que o cancro em Portugal pode aumentar mais 20 por cento até 2020. Seja como for, os gastos em Portugal, no tratamento com cancro, per capita, é de 53,3 euros, face aos 92 euros da Holanda, aos 124 da França e aos 182 do Reino Unido. Na Europa abaixo do nosso País estão a Hungria, com 49 euros, a Polónia, com 30 euros, e a República Checa, com 50 euros.
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