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Quinta-feira, 7 de Janeiro de 2010

Risco de fecho para metade dos serviços de oncologia

Metade dos actuais serviços de oncologia não cumprem os requisitos definidos pela Coordenação Nacional para as Doenças Oncológicas para prestação de cuidados: identificar 500 novos casos e tratar 250 doentes por ano. Se o plano for aprovado, podem fechar.

Sabe-se que 55 hospitais tratam doentes com cancro. Este foi, pelo menos, o número avançado pelo coordenador para as Doenças Oncológicas Pedro Pimentel, ontem, na Comissão Parlamentar de Saúde. O Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia calculava, há uns tempos, que dos 63 hospitais do SNS, 60 fazem cirurgia oncológica. E que, destes, 14 reúnem 65% das cirurgias. Ou seja, várias dezenas deles acabam por ter relativamente poucos doentes em mãos.

Para somar à complicação, a Administração Central do Sistema de Saúde dá conta de 31 unidades ou centros hospitalares com oncologistas, havendo doentes tratados noutros estabelecimentos sem serviço de oncologia.

O certo é que, segundo especialistas ouvidos pelo JN, metade desse número incerto não cumprem os requisitos definidos pela Coordenação para a prestação de cuidados em oncologia. São claros, mas, avisou Pedro Pimentel, não definitivos: um mínimo de 500 novos casos diagnosticados e 250 doentes tratados por ano para um hospital poder ter uma unidade de oncologia. Para ascender a serviço, o limiar mínimo é de mil novos casos e, para ser centro, terão que ser mais de dois mil.

Pedro Pimentel não adiantou quantos dos 55 hospitais identificados estão abaixo destes limites. Entrega o levantamento às administrações regionais de saúde que, com os hospitais e o Ministério da Saúde, terão de definir a nova rede de referenciação hospitalar, idealmente até ao fim do ano.

O responsável adianta apenas que os limites são números "equilibrados e razoáveis", tendo em conta "a escassez de recursos humanos, técnicos e financeiros". A sua aplicação, acredita não terá "impacto significativo nos doentes". Abaixo desses limites, "poderá haver uma dispersão excessiva dos recursos técnicos", hipotecando "a qualidade dos cuidados".

Vítor Veloso, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, alinha no argumento. "Temos que escolher: ou tratamos com cuidados dignos ou fazemos como até agora, em que qualquer hospital acha que pode tratar doentes oncológicos e não é verdade". Porque uma equipa envolve "uma estrutura multidisciplinar, que a maior das unidade não tem". E fazer duas ou três cirurgias por ano "não cabe na cabeça de ninguém".

Os limites, diz o médico, apesar de "consagrados internacionalmente", não podem ser rígidos: haverá excepções, no interior e nas periferias. Uma ideia avançada por Pedro Pimentel: não se trata só de fechar unidades sem condições, mas também de melhorar as existentes para os serviços cumprirem requisitos. E, até, prever extensões em zonas isoladas.

Já Jorge Espírito Santo, do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos (OM), insiste que não há regras internacionais. A própria OM fixou um limite mais razoável de 150 novos doentes por ano. Que nem todos os hospitais cumprem. O limite da Coordenação, garante, não engloba metade das unidades. Ressalva que o documento está em aberto e acredita que, mais do que fechar, a ideia é investir em hospitais mal apetrechados. Mesmo que, por razões geográficas, por exemplo, não atinjam os limites mínimos.

 

 Fonte: Jornal de Noticias

_____

"impacto significativo nos doentes" -

Como é obvio muitos serão afectados, nunca percebi estas politicas, do agora - vamos equipar tantos hospitais com meios de diagnósticos e meios humanos e agora vamos acabar com essas unidades...

Entendam-se, cada vez há mais casos de cancro, não me parece que seja boa ideia para o doente, ser tratado longe de casa. 

Ser tratado longe de casa, nunca será igual a ser tratado perto, em oncologia, o apoio conta muito, e as pessoas que nos rodeiam, não nos podem acompanhar para longe.

 

Em tempos já se falou em acabar com a unidade em Beja, espero que agora depois de se ter feito melhorias, não acabem com ela.

 

E não venham comparar a situação com o caso das maternidades e as salas de parto, que não tem nada a ver, o parto é só uma situação, enquanto que um problema oncológico passa-se por várias situações, e o estado de espírito não é o de ir ter um filho, é bem, mas bem diferente. 

 

Como é obvio estou a colocar-me do lado do doente, é esse o lado que tenho que defender, e obviamente a continuidade da unidade oncológica em Beja.

 

Não tem que haver uma unidade em cada hospital, nem em cada unidade, mas pelo menos que haja em cada distrito.

Postado por Isa às 08:30
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De IsaLenca a 7 de Janeiro de 2010 às 09:40
A discussão agora está na mão de técnicos e especializados, dizem.

Dia 14 de Janeiro, o tema na AR será precisamente a situação oncológica no país, onde será ouvida a ministra da Saúde.



 
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