"Sair de um blog sem comentar é como visitar alguém e ir embora sem se despedir..."
Sexta-feira, 15 de Outubro de 2010
A José de Mello Saúde assinala o mês de sensibilização para o cancro da mama com iniciativas nas suas unidades de saúde, com o objectivo de alertar os doentes para a gravidade desta doença e apelar à sua prevenção, avança comunicado de imprensa.
No dia 19 de Outubro, é lançada uma campanha de sensibilização, em todas as unidades saúdecuf para incentivar as mulheres a realizar o auto-exame da mama, com a mensagem “Olhe por si, Aposte na prevenção”. Nesse dia serão afixados cartazes alusivos a este tema e serão distribuídos folhetos informativos sobre a importância do diagnóstico precoce do cancro da mama.
Os colaboradores dos hospitaiscuf, clínicascuf e institutocuf, que manifestarem vontade de aderir a esta iniciativa, vão usar um cachecol alusivo à prevenção do cancro da mama, numa iniciativa inédita saúdecuf, de forma a sensibilizar todos os utentes para a luta contra esta doença. Nesse dia vão ainda oferecer aos seus doentes 2500 laços cor-de-rosa numa iniciativa com a participação da Associação Laço.
Para assinalar o Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama, que se comemora a 30 de Outubro, o Hospital de Braga organiza uma marcha pelas ruas de Braga, com partida às 10:00, no Largo do Pópulo.
Prevenção
Esta iniciativa tem também como objectivo alertar para as necessidades preventivas relacionadas com o cancro da mama e manifestar apoio às pessoas que sofrem ou sofreram desta patologia. Associam-se a este evento a Liga Portuguesa contra o Cancro, a Associação Laço e o Movimento Vencer e Viver.
A Organização Mundial de Saúde recomenda o auto-exame mamário a partir dos 20 anos, a avaliação clínica da mama a partir dos 20 anos e a primeira mamografia por volta dos 35 anos. Após a menopausa, a mamografia deve ser realizada de 24 em 24 meses.
Estima-se que uma em oito mulheres tem ou terá problemas na mama.
Fonte: POP
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Lembro-me que em 2006, diziam que uma em 12 mulheres tem ou terá problemas na mama...
Realmente tem mudado para pior.
Mas nada melhor do que a prevenção.
Sexta-feira, 8 de Outubro de 2010
O concelho de Ferreira do Alentejo recebe, a partir de hoje e até 12 de Novembro, uma unidade móvel da Liga Portuguesa Contra o Cancro, para proceder ao rastreio do cancro da mama, nas mulheres com idades compreendidas entre os 45 e os 69 anos.
A unidade não se limitará à vila de Ferreira do Alentejo, na medida em que vai deslocar-se também a Figueira de Cavaleiros, onde vai ficar a partir de amanhã e até ao próximo dia 14, visita Alfundão de 18 a 21 deste mês, seguindo depois para a vila de Ferreira do Alentejo, onde permanecerá até 12 de Novembro.
O rastreio no concelho de Ferreira do Alentejo, em estreita colaboração com a Câmara Municipal, juntas de freguesia e autoridades de saúde pública, é efectuado de segunda a quinta-feira, durante o dia, e à sexta de manhã.
Fonte: Rádio Voz da Planície
Quinta-feira, 9 de Setembro de 2010
Nucha foi operada a um cancro na mama ao final da tarde de segunda-feira. Ontem, perto do meio-dia, deixou o IPO de Lisboa, acompanhada da família e confiante na recuperação.
"Apesar de se tratar de uma doença, sinto-me uma sortuda, porque detectei o cancro logo no início. Ontem [segunda-feira] fui operada e correu tudo muito bem. Agora estou preparada para os tratamentos que aí vêm", começa por revelar ao CM a cantora de 44 anos. "Tenho a certeza de que me vou curar, e nem sequer ponho outra hipótese."
Foi em Maio que Nucha percebeu que algo de errado se passava. "Depois da morte do meu amigo Beto, comecei a sentir uma coisa estranha no peito, mas pensei que fosse dos nervos. Fui ao médico e soube logo do que se tratava", partilha, garantindo que em momento algum pensou baixar os braços. "Antes de ser operada, poucas pessoas sabiam da minha doença. Não quis que tivessem pena de mim, porque sou muito positiva e sei que vai tudo acabar bem."
No entanto, a cantora fez questão de falar com uma pessoa, Fernanda Serrano. "Ter falado com a Fernanda fez com que me sentisse muito bem. Ela é uma pessoa fantástica e transmitiu-me muita força para a operação."
Para a cantora, a confiança é fundamental, e deixa uma mensagem: "Quero alertar as mulheres, e até os homens, que é importante estarem atentos ao seu corpo, porque as doenças podem bater à porta de todos nós."
Fonte: Vidas
Força Nucha.
Sexta-feira, 9 de Outubro de 2009
Para quem tem chegado ao meu blog recentemente, e não conhece a minha história pelo cancro da mama, aqui fica o meu relato.
Tenham um bom fim-de-semana.
Estávamos em Novembro de 2005, quando me deram uma cotovelada na mama esquerda, doeu-me logo e ficou a incomodar-me, começou a fazer um empastamento que não gostei nada. Fui ao centro de saúde, mandaram-me fazer uma eco... ( para mandarem fazer mamografia, é preciso sei lá o quê) conclusão, não detectaram nada nessa eco, tomei antibiótico e não melhorou. Previa um cenário não muito bonito, voltei ao centro, disseram-me para fazer nova eco mas que pedisse para fazer com outra radiologista (o primeiro que me fez era novo na especialidade, azar o meu) com isto, já estávamos em Janeiro de 2006. Fui fazer a eco, e a Dr.ª disse que tinha que fazer mamografia, e combinamos ir dai a 8 dias ter com ela ao hospital. Estas esperas são sempre longas e ficamos muito ansiosas. Dia 5 de Janeiro fiz eco, mamo e disse que tinha que fazer biopsia, se queria fazer já ou daí a 8 dias, disse-lhe que queria já. Estava sozinha. Comecei logo a chorar. A tia que acompanhou o meu crescimento mais de perto, tinha falecido havia 6 anos, de cancro da mama, e estar a passar por isto, estava a fazer lembrar-me o sofrimento dela, e o facto de ela n ter conseguido vencer.
E para ajudar a este turbilhão de emoções, uma das minhas melhores amigas, da minha idade, andava a fazer exames desde Agosto de 2005, desconfiada que tinha cancro da mama, e já tinha feito a biopsia, estava a espera do resultado.
A médica passou-me logo uma carta para o oncologista, pois viu logo o que aquilo ia dar, mas eu não quis ver, acho. Só dois dias antes da consulta é que vi que se chamava consulta de decisão. E ai vi que só podia ter cancro, porque se não, porque haviam de ir decidir alguma coisa...mas não contei a ninguém.
Dia 19 de Janeiro fui à consulta, muitas horas de espera, mas já não fui sozinha, levei a minha irmã mais velha.
Entrámos e o medico disse isto tão claro como a agua, a Isabel sabe porque esta aqui, a Isabel tem cancro da mama.
É esta a frase que tenho usado sempre...o mundo caiu-me em cima...
A minha irmã, que estava mesmo a pensar que aquilo tinha sido da cotovelada acho que ainda reagiu pior do que eu. Eu gritava que queria ter um filho e não um cancro, uma médica chorou...de emocionada que ficou, senti-me abandonada por quem eu achava que me protegia lá do alto (minha tia e minha avó falecidas em 1999 e 2003, hoje sei que nunca me faltaram).
Depois de chorar disse á equipa - quando falava socialmente se algum dia uma coisa destas me acontecesse dizia que não queria ser tratada e que durasse ate durar, hoje perante a doença e caindo na realidade não vejo as coisas assim, e claro que quero que me tratem o que há a fazer, vai-me cair o cabelo???? Vou ficar sem mama??? Foram as minhas preocupações.
E eles lá me disseram que sim, que iria fazer 8 sessões de quimio depois operação e mais tarde rádio.
E para me dirigir ao laboratório para fazer analises que amanha dia 20 de Janeiro de 2006, iria começar a quimio.
Foi tudo muito rápido, de um momento para o outro passei de saudável, de uma pessoa cheia de vida, cheia de trabalho, a doente, doente oncológica. Assusta...
Fui eu que contei aos meus amigos, familiares e nesse dia depois de chorar levantei a cabeça e disse para mim, vou conseguir, vou-me salvar deste maldito cancro, este não é o meu ponto final, é uma virgula, a vida continua.
Pensei em deixar o meu namorado, não queria que ele sofresse comigo, queria que ele continuasse com a vida dele, sem ter que assistir a isto tudo, mas quando lhe fui contar, as palavras dele as emoções e as atitudes fizeram-me mudar imediatamente de pensamento, ele seria a minha força, a minha garra à vida, prometi a mim mesma que teria que viver para o fazer muito feliz depois de me tratar.
Nesse mesmo dia 20 de Janeiro a minha amiga soube o resultado da biopsia, também ela tinha cancro da mama.
Fui a Fátima, rezei, coisa que antes de saber se tinha cancro da mama, ou não, não consegui fazer, foi estranho, mas nem no terço conseguia agarrar.
E como se espera nos tratamentos, fiquei sem cabelo, engordei, fiquei pálida, sem pelos, tive enjoos, má disposições, dores nas costas, dores nas pernas, febres, aftas, as unhas escuras, a pele seca, irritabilidade, não tinha paciência, muito sensível.
Mas Graças a Deus, correu sempre tudo nos tempos, nunca falhei um tratamento, alimentava-me bem, só não tinha apetite nos dias dos tratamentos.
Fiquei de baixa, mas depois achei que em casa, estava pior, tinha tempo para pensar, e tinha era que estar ocupada, perdi o sono, comecei a ficar dependente de comprimidos para dormir, isto depois de tentar descobrir qual o comprimido que fazia efeito, comecei a trabalhar e só faltava algum dia ou outro que não tivesse bem, o tratamento era a sexta, para ter o fim de semana para recuperar, mas as vezes os sintomas só apareciam lá para terça ou quarta, era ai que faltava, tinha que ser.
Custei a separar o cancro da morte, só me vinha a ideia que a minha querida tia, que eu tanto acompanhei tinha falecido de cancro, com o tempo fui conseguindo, fui conhecendo histórias de sucesso e isso deu-me muito alento.
A queda do cabelo custa, mas se pensarmos que são 4 a 6 meses da nossa vida...a coisa vai-se levando...
Coloquei logo a peruca, ficava bem diferente, mas não havia alternativa, nunca gostei de me ver com os lenços.
Tenho que confessar, que nem tudo foi mau, estava doente, mas tentei fazer a minha vida normal, não saia tanto, mas não me fechei em casa. Também fui feliz nesse tempo, não o posso negar.
Terminei a quimio em Junho, um dia depois de fazer 36 anos, agora era aguardar que me chamassem para a cirurgia.
Ainda tive uma consulta, e o medico perguntou-me se eu queria fazer mastectomia ou se preferia tirar só o nódulo que até tinha diminuído, correndo as consequências dos riscos que poderiam vir dessa decisão. E eu disse que havia 6 meses que me andava a preparar para a mastectomia e que queria fazer.
Fui de férias para o Algarve, umas férias mais calmas que o costume, praia, só de longe, sem apanhar sol, um Agosto bem diferente dos outros todos.
Dia 6 chamaram-me para ser internada dia 9 e operada dia 10, e assim foi.
Éramos 3 a ser operadas nesse dia, fui a última, a espera foi longa.
No dia a seguir o penso descolou e eu vi logo a minha cicatriz, não me fez tanta impressão, como pensava. Mas eu estava mutilada, estava diferente, era uma nova Isabel, era a Isabel que o cancro da mama tinha deixado e tinha que aprender a viver assim.
Não hesitei em mostrar ao Jorge, foi com a maior das naturalidades. Era eu na mesma, e foi isso que ele me disse.
Quando entrei para o hospital, o cabelo estava a começar a crescer, só lá estive 5 dias, mas o suficiente para já não usar a peruca, pois enquanto lá estive não a usei e depois até parecia que aquilo não tinha sido o meu cabelo nos últimos seis meses.
O cabelo estava mesmo muito curto, mas já não voltei a usar a prótese capilar, já que agora a prótese a usar tinha que teria que ser a da mama.
Dai a um mes mais ou menos fui chamada para a Rádio, ainda fiz fisioterapia, pois o braço estava muito preso.
Tive um mes e pouco em Carnaxide para fazer os 25 tratamentos de Radioterapia, tinha tratamento ao sábado e ao Domingo, vinha a Beja à quarta e quinta, ou seja esses eram os meus dias livres, mas eu vinha logo a terça e ia para cima à sexta.
Terminei no dia que nasceu a minha sobrinha Rita, foi um prenúncio que estava livre, que tudo tinha acabado bem. Foi vida nova, isto em Outubro de 2006.
A minha amiga nesta altura também já estava safa do cancro da mama.
A partir dai, comecei com rotinas de 3 meses, uma das quais (Abril de 2007) me foi dito que iria começar a fazer um tratamento que seria bom para mim, não percebi muito bem, mas no dia D, lá fui ao hospital, fazia-se na sala de quimio, o que foi um pouco doloroso, parecia que estava a reviver tudo, mas depois as enfermeiras explicaram-me que o tratamento era de prevenção e que não iria ter os mesmos sintomas, embora tudo o resto fosse igual, 2 horas sentada nos cadeirões, mas só me provocava sono e fome. Por isso adquiri mais peso.
A par disto tive consultas de cirurgia de reconstrução, mas só poderia começar quando o tratamento acabasse, e tive muita sorte com as datas, porque assim que terminou os 18 tratamentos de herceptin que durou um ano, terminando em Abril de 2008, chamaram-me para fazer a primeira operação de reconstrução que acabou por acontecer em Julho de 2008.
No dia anterior tirei uma foto, para ficar de recordação, e foi nesse dia que tive consciência de como estava, nunca me senti diminuída como mulher por não ter uma mama, claro que as vezes ficava triste porque não podia vestir certas roupas, mas ao ver a foto no ecrã do Pc, parecia que não me estava a ver a mim, não me reconhecia, mas como já ia fazer a cirurgia no dia seguinte, não me afectou.
A operação de 7 horas, chamada de TRAM, correu bem, tive algumas dores ao acordar, mas que foram passando, tive internada 6 dias, estava desejosa de vir para casa, esta operação foi em Évora porque Beja não tem este serviço e sentia-me longe de casa.
Não dou de conselho às mulheres a fazerem a reconstrução, umas dizem que não querem sofrer mais, eu respeito, o que digo é que me sinto melhor assim, que valeu a pena a operação.
Casei ainda nesse ano em Outubro, não tinha o sonho de casar, mas depois de muito conversarmos achamos que tínhamos que ter uma data para festejar, para lembrar, para juntar a família e amigos, ter o nosso dia.
Fiz mais uma reconstrução em Abril de 2009, é o mal destas reconstruções, não é uma e já esta, são várias.
Esta é a minha história no cancro da mama, muito havia ainda para dizer, mas o que tento dizer e transmitir sempre, é que não podemos baixar os braços, o cancro também morre e que no processo e no caminho da nossa “cura”, podemos ser também felizes e proporcionar a nós mesmos momentos bons na nossa vida.
Um dia de tristeza é um dia que estamos a desperdiçar, e queremos tanto aumentar dias felizes à nossa vida.
Tenho conhecido gente fantástica, decepcionei-me com algumas pessoas, mas ganhei a amizade de outras, nem sempre as pessoas que achamos que podem ficar a nosso lado, ficam. Mas umas compensam as outras.
No decorrer deste tempo, perdi amigas, amigas e "colegas", é um sentimento de perda muito forte, que infelizmente temos que passar. Amigas que me ensinaram muito e me deram a conhecer tanta gente boa, às amigas do peito e Coração, o meu obrigada, tudo foi mais fácil e claro a partir do momento em que as conheci e começaram a fazer parte da minha vida.
O meu amor, os meus pais, irmãs, cunhados, sogros, sobrinhas, restante família e alguns bons amigos, foram e são muito importantes na minha vida e sei que posso sempre contar com eles.
E como sempre digo, nunca vou conseguir agradecer o que fizeram por mim. Obrigada mais uma vez.
Hoje sinto-me bem, e o que conta é o dia de hoje, sem pressa do amanhã. Continuo e continuarei com as rotinas dos exames das consultas e só peço a Deus que me ajude e que vá sempre tudo estando bem.
Agora, é viver a vida na plenitude, pensar mais no hoje, não adiar projectos, não me chatear com futilidades, dar importância ao que realmente é importante.
Porque, como se diz em Rosa Esperança, o melhor, o melhor ainda está para vir...
Sexta-feira, 4 de Setembro de 2009
O cancro da mama é o tumor maligno que mais afecta a mulher em Portugal, estimando-se que haja mais de 4000 novos casos por ano. Se lhe foi diagnosticado um cancro da mama, não desanime. Procure aprender a lidar com a situação que está a viver.
Quais os tratamentos que poderei ter necessidade de fazer, para além da intervenção cirúrgica?
Os tratamentos possíveis são os seguintes:
- Quimioterapia
Consiste na administração de medicamentos, sob a forma de injecções ou comprimidos, destinados a destruir as células que já estão afectadas, e que podem circular por todo o organismo, bem como a impedir o aparecimento de novas células cancerígenas.
- Radioterapia
Consiste na aplicação de radiações para destruir as células tumorais. As radiações incidem sobre a área do tumor e são cada vez mais precisas. Não é um tratamento doloroso, pelo que pode manter a sua vida o mais normal possível. Este tratamento pode, no entanto, provocar um grande cansaço. Tente, sempre que possível, descansar durante o dia.
- Hormonoterapia
Consiste na administração de comprimidos hormonais, os quais, normalmente, não causam efeitos colaterais.
É verdade que durante a quimioterapia as pessoas se sentem mal?
Embora existam inúmeros medicamentos capazes de impedir ou diminuir os efeitos colaterais, a quimioterapia pode, de facto, causar:
- mal-estar geral, como enjoos, falta de forças, cansaço fácil, secura da boca, alteração do paladar, falta de apetite, diarreia, prisão de ventre, alteração de cor e aumento da intensidade do cheiro da urina;
- alteração menstrual, sendo mais frequente a falta de menstruação;
- secura vaginal;
- adormecimento dos braços e pernas e formigueiro nas mãos e nos pés;
- queda de cabelo, que é um dos efeitos mais frequentes deste tratamento, pelo que muitas mulheres resolvem cortá-lo antes, para se adaptarem à nova imagem. No entanto, a queda de cabelo varia de pessoa para pessoa e é, geralmente, passageira, desaparecendo no final do tratamento.
Tente distrair-se e não deixar a sua actividade profissional. Mantenha-se ocupada, nem que seja em tempo parcial.
Com a radioterapia podem surgir alterações no meu corpo? O que posso fazer?
No local do corpo onde está a ser aplicada a radioterapia pode surgir uma cor avermelhada ou acastanhada. Neste caso, deve ter cuidados particulares com a pele. Siga as indicações dos profissionais de saúde que acompanham o seu caso.
Fui enviada ao Hospital...
Prepare o internamento:
- deixando que aqueles que gostam de si a acompanhem;
- levando consigo objectos que contribuam para o seu bem-estar, como produtos de higiene e de beleza, fotografias, revistas e livros;
- usando camisas de noite ou pijamas de algodão, folgados e com grande abertura à frente;
- levando roupa e calçado confortáveis, para quando tiver alta do hospital.
Após a intervenção cirúrgica:
- mantenha o braço afectado afastado do corpo cerca de 20 cm e apoiado sobre uma almofada. A mão e o cotovelo devem ficar mais elevados que o ombro;
- antes de fazer qualquer movimento com o braço afectado, deve perguntar aos profissionais de saúde como fazê-lo;
é provável que lhe sejam colocados “tubos” para a saída de líquidos, que apenas ficarão cerca de cinco dias. Pode parecer-lhe que estes “tubos” irão sair, mas tal não acontece com facilidade. Não se preocupe, pode passear à vontade;
o primeiro banho após a intervenção cirúrgica é um momento de grande nervosismo, porque se vai deparar com a sua nova imagem;
- depois de serem retirados os “tubos”, comece com os exercícios que os profissionais de saúde lhe recomendarem. Estes exercícios visam diminuir e, até, evitar dor e dificuldades no movimento do ombro, “inchaço” do braço e diminuição da sensibilidade;
- para se habituar à nova imagem, deve olhar várias vezes para a “costura” antes de abandonar o hospital, enquanto tem perto de si profissionais de saúde para a apoiarem.
No seu dia-a-dia há pequenas tarefas que, executadas de forma adequada, a podem ajudar na sua recuperação:
Escovar o cabelo: deverá sentar-se junto de uma cómoda ou mesa alta. O tampo deverá ficar ao nível da sua axila. Apoie o cotovelo na mesa e comece a pentear e a escovar o cabelo com o braço do lado operado, mantendo a cabeça direita. É aconselhável começar só por um lado da cabeça e avançar, progressivamente, até conseguir escovar todo o cabelo.
Banho de chuveiro: lave as costas, o pescoço e o cabelo, tentando segurar o chuveiro com o braço do lado operado. Ao enxugar as costas, pode usar a toalha para exercitar o braço.
Outras pequenas tarefas: vestir ou despir uma camisola, apertar o soutien ou um fecho éclair, limpar o pó, cozinhar, estender a roupa ou passar a ferro são pequenos exercícios que a podem ajudar. Faça-os progressivamente.
Que cuidados devo ter com a costura?
- não use desodorizante nem cera depilatória na axila do lado afectado;
- não utilize lâmina para rapar os pêlos da axila, mas máquina de barbear, pois, devido à insensibilidade causada pela intervenção cirúrgica, pode cortar-se;
- use cremes neutros e que não causem alergias;
- evite a exposição ao sol.
Conselhos úteis:
- quando sentir um pouco de cansaço no braço, descanse 15 minutos a meia hora e depois recomece;
evite roupa apertada;
- proteja de traumatismos o braço do lado operado;
- evite tirar sangue, levar injecções ou vacinas, bem como medir a tensão arterial no braço do lado operado;
- tenha o cuidado de lavar e desinfectar todos os pequenos ferimentos, especialmente do lado afectado, para evitar infecções;
- proteja-se de picadas ou mordeduras de animais;
- utilize luvas de protecção quando fizer jardinagem ou quando trabalhar com produtos caseiros irritantes para a pele;
proteja os dedos de objectos afiados, como agulhas e alfinetes. Use dedal quando costurar;
- quando tratar das unhas, não corte as cutículas, empurre-as para trás;
- evite: deixar o braço afectado pendente por períodos prolongados; levantar objectos pesados; utilizar anéis, pulseiras ou relógios que apertem;
- evite queimaduras solares, especialmente no braço e peito;
- a falta da mama pode fazer com que ande inclinada para a frente e debruçada sobre o lado operado. Corrija esta posição, para evitar dores de costas;
- comunique ao seu médico a existência de qualquer alteração no local da “costura”, como“inchaço”, vermelhidão ou dor.
É normal poder vir a ter a sensação de “mama fantasma”, ou seja, ter a impressão de que ainda tem mama. Esta sensação acaba por passar. Poderá ter que voltar ao hospital para lhe serem retirados líquidos infáticos. Esta situação é normal.
Continue a fazer mensalmente o auto-exame da mama existente e a seguir as recomendações do seu médico para a realização periódica de mamografia e exames de rotina.
- Valeu a pena todo este sacrifício, porque continuei viva e acordei para coisas que, para mim, não tinham valor e que o passaram a ter.
- Repensei os meus valores e as minhas prioridades.
- Reformulei a minha vida, desde uma alimentação mais saudável até com quem gastar o meu tempo e as minhas energias.
E os soutiens?
Existem soutiens próprios para mulheres mastectomizadas, contendo uma “bolsa” para permitir colocar a prótese. Já há lojas que vendem roupa adequada a mulheres mastectomizadas, como, por exemplo, fatos de banho, cujo custo, quando são objecto de prescrição médica, é actualmente dedutível no IRS.
E as próteses?
A prótese mamária externa é, para a maioria das mulheres, uma boa solução para manter o aspecto exterior habitual. Além disso, aumenta a autoconfiança, o que contribui para o seu processo de cura. Esta prótese é imperceptível quando usada com um soutien de medida correcta.
A partir de quando se coloca a prótese mamária?
No primeiro mês após a intervenção cirúrgica, pode utilizar uma prótese tipo “pequena almofada" ou prótese sem peso, feita com algodão acrílico no interior e tecido de algodão no exterior. A prótese mamária final, normalmente feita de silicone, deve ser colocada quando o seu médico indicar. Pode obter as próteses em farmácias e casas especializadas neste tipo de material. Se necessitar de outras informações, contacte a assistente social da sua área de residência.
Que cuidados devo ter com a prótese mamária?
A prótese inicial, de algodão, deve ser lavada à mão, com água tépida e sabão neutro, e posta a secar sem torcer. Antes da lavagem, o algodão tem de ser retirado.
A prótese de silicone pode ser lavada da mesma maneira, seca e utilizada de novo. Quando não a utilizar, guarde-a na caixa própria, de modo a conservar a sua forma e a evitar que objectos pontiagudos a danifiquem, pois não é possível repará-la.
E no Verão, tenho de ter precauções especiais?
Deve ter cuidados especiais com a protecção solar:
- no primeiro ano após o tratamento, não apanhe sol nas áreas da intervenção cirúrgica e da irradiação;
- durante a exposição ao sol use uma roupa leve, que pode ser de algodão;
- evite a exposição directa aos raios solares;
- utilize um protector solar com um índice adequado à sua pele;
- não use autobronzeadores.
Desportos?
Pode fazer qualquer desporto, como, por exemplo, natação. É inconveniente a prática de esqui ou de ténis.
E agora o que devo comer?
A alimentação da mulher depois de mastectomizada não tem que ser diferente da que tinha antes de ser operada. Uma alimentação saudável deve ser repartida em 5 ou 6 pequenas refeições por dia e passar por:
- comer cereais, legumes, verduras e frutas;
- comer moderadamente carne e peixe;
- reduzir o consumo de sal, açúcar e álcool;
- evitar comer alimentos fumados e/ou que tenham muitas gorduras;
- beber diariamente leite;
- beber muita água e sumos não açucarados.
Sexualidade após a mastectomia - como é que vai ser?
Se a vida continua, por que não há-de continuar a vida sexual? Retome, normalmente, a sua vida sexual, a qual contribui para uma melhor qualidade de vida.
Discuta com o seu médico o tema da sexualidade, da mesma forma que discute outras questões. Envolva o seu marido ou companheiro neste diálogo, pois ele também será invadido por receios e dúvidas. Descubram novas formas de relacionamento sexual. Evite o silêncio entre os dois.
- Percebi que era eu que me rejeitava, então procurei ajuda. O meu marido encarou de frente a minha doença e nunca me rejeitou, muito pelo contrário.
O planeamento familiar da mulher com cancro da mama deve ser rigorosamente controlado. Enquanto estiver a fazer tratamentos, a mulher não deve engravidar e, por isso, o método contraceptivo a usar deve ser de grande eficácia. Não deixe de discutir este assunto com o seu médico, pois cada caso é um caso.
Será que posso retomar a vida familiar e laboral?
Após a alta do hospital, pode retomar a vida normal. Organize e adapte as tarefas diárias à sua nova situação. Comece por tarefas simples e elimine esforços físicos. Peça ajuda para os trabalhos que não pode ainda fazer.
E no futuro?
O controlo da sua doença depende muito das consultas de vigilância. Cumpra rigorosamente as orientações do seu médico. Se verificar qualquer alteração no local da intervenção cirúrgica ou na outra mama, não espere pela próxima consulta e procure de imediato o seu médico.
A quem posso recorrer quando precisar de ajuda?
A equipa de saúde que esteve envolvida no seu tratamento continua disponível para a receber sempre que necessite. Não se esqueça de anotar os seus nomes e contactos.
- Dei coragem ao meu marido e ao meu filho. Recorri, na altura, à psicóloga do hospital, não apenas para mim, mas para eles, que tinham medo de me perder. Os psicólogos ajudam a aliviar medos, a diminuir receios e dúvidas e a enfrentar melhor todas as modificações que surgem na vida familiar e no emprego, facilitando, ainda, a adaptação à sua nova imagem corporal.
Depois de uma mastectomia, é natural que vivencie momentos de instabilidade emocional e tristeza, deparando-se com sentimentos de perda, angústia e ansiedade.
O apoio psicológico é muito importante nesta fase.
Quais os apoios legais a que tenho direito?
Após a intervenção cirúrgica, tem direito a diversos benefícios sociais, nomeadamente, nas áreas da saúde, segurança social, trabalho e impostos.
Informe-se sobre os benefícios de que pode usufruir no centro de saúde, no hospital ou junto da assistente social da sua área de residência.
Que tipo de roupas devo usar?
Não vai ter que alterar o seu visual. Vai verificar que o estilo de roupa que usava continuará a assentar-lhe bem.
Após a intervenção cirúrgica, tem direito a diversos benefícios sociais, nomeadamente, nas áreas da saúde, segurança social, trabalho e impostos.
Informe-se sobre os benefícios de que pode usufruir no centro de saúde, no hospital ou junto da assistente social da sua área de residência.
Fonte: Direcção-Geral da Saúde
O cancro da mama é sempre igual?
O cancro da mama é uma neoplasia maligna, que tem origem em células anormais dos tecidos da mama.
O cancro pode ser:
- Invasivo, quando as células cancerígenas se estendem à região em volta do foco maligno inicial ou à distância.
- Não invasivo, também chamado in situ, quando as células cancerígenas ainda não alastraram.
Há diversos tipos de cancro da mama, conforme a natureza das células em que tiverem origem. O diagnóstico precoce e o tratamento atempado e adequado possibilitam a cura ou um melhor prognóstico. A situação poderá, assim, ser controlada, mesmo em caso de recorrência da doença. As modalidades terapêuticas são várias e, muitas vezes, cada doente é submetido a mais de uma, por exemplo: cirurgia, radioterapia e/ou quimioterapia.
Qual o tipo de cirurgia a que poderei recorrer?
Conforme o caso, poderá ser:
- Cirurgia Conservadora - Tumorectomia ou Quadrantectomia
Consiste em retirar o tumor e tecido mamário envolvente (tumorectomia), com margem de segurança, ou retirar todo o quadrante onde se encontre o tumor (quadrantectomia). Associa-se a linfadenectomia axilar (extrair os gânglios linfáticos da axila do lado afectado).
- Cirurgia Radical - Mastectomia
Nesta cirurgia retira-se toda a mama que estiver afectada pelo tumor e, ainda, os gânglios linfáticos da axila do lado afectado.
- Cirurgia reconstrutiva
Visa a reconstrução mamária, criando uma forma de mama tão normal quanto possível. Pode ser realizada durante a intervenção cirúrgica para extrair e curar o cancro
mamário ou ser diferida para alguns meses ou anos mais tarde. Estas situações são discutidas e analisadas consigo.
Terça-feira, 18 de Agosto de 2009
Hoje no Bom Dia Portugal da RP1, vi uma entrevista com o Dr. Mário Bernardo (que consultei em Janeiro de 2006) e gostei das palavras dele.
Fala em muita prevenção, não só em rastreios, mas prevenção particular pela própria mulher e com a ajuda do médico de família, há que fazer avaliações caso a caso, para os tempos de intervalos dos exames, conforme haja ou não casos na família.
Fala ainda nos 40 anos para a primeira mamografia, que eu não concordo, pois cada vez mais aparece em mulheres mais jovens, que foi o meu caso, tinha 35 anos, nunca tinha feito mamografias, só ecografias.
Disse que era do tempo, em que ainda não havia mamografias e os cancros da mama, eram detectados pela apalpação.
Hoje em dia, já são cada vez menos os que são detectados dessa forma, e são detectados cada vez mais pequenos e numa fase precoce.
Mas também fez referência que precoce também tem que ser os tratamentos e as cirurgias, pois não se pode detectar cancros em fase inicial e depois as pessoas estarem sujeitas a listas de espera, e é mais que verdade.
Quarta-feira, 27 de Maio de 2009
Ontem ás 23 horas, lá estava eu colada à televisão para ver o Serviço de Saúde no canal 1, desconhecia o programa, normalmente a minha estação é a Sic.
Mas ontem, nem por nada iria perder o programa sobre Cancro da mama, e ainda por cima, onde 3 amigas, iam ser entrevistadas, a Liliana, a Imel e a Mafalda, gostei muito do vosso testemunho.
Aprendi mais algumas coisinhas, fiquei a saber que como se calcularia, não sou infelizmente a única a queixar-se dos exames, que não acusaram o cancro, e a nossa insistência é que prevaleceu.
Fiquei impressionada com o caso de uma senhora que já teve 5 cancros e apresenta uma boa disposição e uma vontade de ajudar o próximo, assim como fiquei impressionada com a senhora de Almodôvar, que espera pela reconstrução mamaria há tanto tempo.
Não sei quais são os critérios, mas tenho que agradecer a Deus, de não me terem enviado para as filas de espera dos hospitais de Lisboa, e me terem encaminhado para Évora que desde a data que me inscrevi no Hospital de Beja até à reconstrução foi um ano.
Não imagino, o que seria esperar 8 anos, como aquela senhora, realmente, tanta coisa podia ter mudado na vida dela, se dentro de um período razoável ela tivesse feito a reconstrução mamaria. De certeza que os custos com consultas no serviço de psiquiatria do hospital de Beja, já davam para a reconstrução. É de lamentar estas situações.
Espero que as coisas mesmo que a passos pequenos, vão mudando, por isso os meus parabéns pelo programa que pode ajudar em muito situações como esta.
Afinal de contas, ter saúde é o bem estar físico e psicológico, se bem me lembro da definição de saúde que aprendi nos meus tempos de liceu, na disciplina de Saúde.
Gostei também de ouvir o Drº Abreu de Sousa, do IPO do Porto, assim como o médico cirurgião Drº Biscaia Frage do Hospital Egas Moniz.
Fiz mastectomia radical, com esvaziamento axilar, dito pelo Drº Biscais, só se faz em alguns casos, o meu pelos vistos está incluído, acredito que se o hospital de Beja, tivesse um cirurgião plástico, as coisas podiam mudar de figura em alguns casos a mulher nem se viria mastectomizada, o que acontece já em algumas partes do Pais, quando é possível, claro.
O médico ainda me deu a opção de escolha, entre tirar a mama toda ou fazer uma operação conservadora, mas depois de 6 meses de quimio, fui-me mentalizando que iria ficar sem a mama, e a conselho dele, também seria mais seguro retirar, e foi essa a minha escolha.
Quase a fazer 10 anos após a morte da minha querida tia, por cancro da mama, dedico a minha sobrevivência e a minha luta a ela, quem me dera, que tivesse tido a oportunidade de viver mais uns bons anos e ainda pudesse partilhar estas vitórias comigo.
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sinto-me: