Florival Revez tinha 65 anos quando, em 2005, foi operado a um tumor no cólon no Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa. Após a cirurgia, a médica sugeriu-lhe, em Outubro desse ano, que realizasse análises periódicas e que regressasse à consulta um ano depois.
'Na consulta fiquei transtornado porque a médica disse-me que as análises de Junho não eram famosas', conta Florival Revez ao CM.
O doente foi então encaminhado para a consulta de grupo onde vários especialistas analisam a situação. 'No início de 2007 disseram-me que tinha nódulos nos pulmões e que deveria ser operado duas vezes, uma a cada pulmão. Mandaram-me para a Pneumologia', conta. Em Setembro de 2007, o cirurgião cardio-torácico contraria os colegas e desaconselha a operação. 'O médico explicou-me que o cancro não era nos pulmões e que se existisse algum nódulo seria microscópico', recorda.
No final de 2007 a médica de família de Florival enviou-o de urgência ao IPO. Tinha realizado análises em dois laboratórios distintos e estas acusavam valores tumorais alterados. 'O IPO quis repetir as análises e só em Fevereiro de 2008 é que me chamaram'. Nessa altura, os médicos concluíram que afinal o problema do paciente era no fígado e não nos pulmões.
'Como é possível enganarem-se desta maneira? Dizem-me que o cancro é nos pulmões e afinal é no fígado?', questiona.
Florival Revez desesperou com o facto de ter de esperar meses para fazer novos exames e optou pela medicina privada, onde foi operado com sucesso: 'Tinha um cancro latente desde 2006. Não podia esperar mais ou correr o risco de enganos'.
Contactado pelo CM, o IPO declarou que 'não houve qualquer troca nos achados que foram comunicados ao doente'. No entanto, esta situação está a ser investigada pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde.
APONTAMENTOS
SEM RESPOSTA
Em Setembro de 2008 o doente enviou uma carta ao IPO mas ainda não teve resposta do Instituto de Oncologia.
QUIMIOTERAPIA
Os tratamentos do doente são realizados num hospital público de Lisboa, que não o IPO.
Os seios são, desde sempre, uma das partes do corpo mais valorizadas sexualmente por homens e mulheres. Qualquer ideal de beleza feminina contempla seios bonitos e firmes. São uma das «fontes» de prazer durante os preliminares e ao longo do acto sexual em si.
Tendo em conta este quadro, amputar um seio pode ser, a todos os níveis, uma experiência traumatizante, após a qual se inicia um processo complicado de recuperação e de adaptação da mulher à sua nova imagem. É preciso muito esforço e força de vontade para enfrentar esta perda.
Muitas mulheres simplesmente não sabem como reagir. «Algumas resolvem isolar-se, esconder-se, deixam inclusivamente de ir à praia. Outras recorrem a métodos estranhos para substituir o volume que antes era preenchido pela mama, ou então passam a vestir-se de maneira nada condizente com a sua idade, com o objectivo de esconder o seu corpo e não perder assim o seu encanto e charme pessoais», explica a Dr.ª Catarina Mexia, psicóloga.
O sexo como reabilitação da mulher
Quando a mulher se vê confrontada pela primeira vez com a assustadora realidade de um cancro, provavelmente as suas preocupações iniciais voltam-se mais para a sua sobrevivência. Mas, logo que foi aplicado o tratamento, outra questão se torna crucial — até que ponto é que a vida destas mulheres volta ao normal, mesmo que o cancro tenha sido controlado.
E para quê falar em sexo, quando esteve em causa a sua vida? O sexo no casal entra neste cenário como um aspecto bastante importante para a reabilitação da mulher. «A existência de uma sexualidade idêntica à que havia antes da cirurgia torna-se fundamental para o retomar de uma vida normal e, consequentemente, uma melhor qualidade de vida», afiança a psicóloga.
A faixa etária de incidência deste tipo de doença é cada vez mais baixa, acompanhada de uma esperança de vida cada vez mais longa. Logo, é natural que o casal queira continuar a sua vida sexual, desde que agradável e gratificante para os dois.
«O pior inimigo de uma sexualidade saudável é o silêncio. É sempre embaraçante falar com o médico sobre como retomar a actividade sexual. É necessário dar o passo em frente e discutir com o médico o tema da sexualidade, da mesma forma com que se discutem os problemas de alimentação ou do regresso ao trabalho. Sem excluir o seu marido ou companheiro deste diálogo, porque ele também será invadido por receios e questões», afirma Catarina Mexia.
Informação acerca dos efeitos do tratamento do cancro sobre as diversas etapas do acto sexual ajuda naturalmente o casal a compreender as alterações fisiológicas e psicológicas que podem ocorrer nesta situação.
Prazer mantém-se
Há que salientar que, apesar de todos os efeitos do cancro ou do seu tratamento, a capacidade de sentir prazer através do toque nunca desaparece. E a sua preservação poderá facilitar a manutenção do interesse e da auto-estima da mulher.
Uma das grandes consequências de uma mastectomia na vida sexual de uma mulher é a deterioração dos seus sentimentos e da sua percepção de continuar a ser uma mulher atractiva. «A remoção de um seio pode deixar a mulher insegura acerca da aceitação pelo seu parceiro e do grau de desejo que ainda possa criar, porque todos fomos ensinados a encarar os seios como uma parte essencial da beleza e feminilidade de uma mulher», salienta a psicóloga.
O peito e os mamilos são fontes importantes de prazer para muitas mulheres, acariciá-los durante os preliminares é muito frequente. O tratamento local de formas menos dispersas de cancro pode afectar a sensibilidade do seio e, consequentemente, alterar ou anular o prazer extraído desse contacto. Por vezes, a dor pode estar presente e é fundamental que a mulher seja capaz de partilhá-la com o seu parceiro, de forma que em conjunto encontrem novos pontos de excitação mútua.
Mastectomia "não é o fim do mundo"
Numa mastectomia radical todo o seio é retirado. Embora algumas mulheres tenham prazer ao ser acariciadas na área em redor da cicatriz, outras preferem não ser tocadas e afastam todas as carícias dos seios dos jogos amorosos. Porque sofrem de dor crónica na parte superior do peito e ombros. Situação que pode ser aliviada se forem utilizadas almofadas como suporte dessas áreas durante o acto sexual.
Eventualmente, será necessário «descobrir» em conjunto novas posições durante o acto sexual. É fundamental manter um espírito aberto para estas alterações e tentar tirar o maior partido da situação, adoptando novas formas de relacionamento sexual.
O que pode esperar uma mulher que gostaria de retomar a sua vida sexual? Pode sentir receio de que o acto sexual seja doloroso ou que nunca mais consiga um orgasmo. «Os primeiros contactos podem ser pouco encorajadores, mas da mesma forma que começamos a gostar do sexo, como parte integrante do nosso crescimento, podemos voltar a fazê-lo na intimidade do casal, e voltar a ter prazer mesmo depois de uma mastectomia radical», conclui Catarina Mexia.
É importante lembrar-se que fazer uma mastectomia não é «o fim do mundo» e que a sua vida sexual pode ser tão boa como era até então. Tente obter a compreensão do seu companheiro, pois, assim será mais fácil enfrentar a dois o desafio. Se necessário, pode recorrer a ajuda médica e há mesmo a possibilidade de fazer psicoterapia.
Dr.ª Catarina Mexia, Psicóloga
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